terça-feira, 29 de agosto de 2006

A Camioneta ... outras...

Com objectivo de Informar, Unir , Encurtar distâncias entre quem partia e quem ficava em S.Jorge:

As Juventudes anteriores ciaram A Banda de Musica, a Equipe de Futebol, Construiram o Clibe.

A Juventude dos anos 60 procurou fazer um Jornal, O ELO. Não foi empreitada bem sucedida. Fortaleceram-se laços com a criação do Clube, da biblioteca, do gupo de teatro, do rancho...

A Juventude dos anos 70 foi bem sucedida com a feitura do Jornal "A Carlota". Foi uma fonte de informação regional. Conseguiu irmanar S. Jorge, Casegas, Ourondo, Silvares, Aldeia de S. Francisco numa mesma fonte informativa e levar notícias da região aos nossos emigrantes na Europa e nas Américas.

A Juventude dos anos 90, criaram a www.cebola.net, O Mineiro Digital - com êxito.

Ano de 2006, alguém de S. Jorge aderiu ao "projecto bloguista" do Asno, esse alguém fui eu, a Fina da Mina.
Pareceu-me um projecto interessante e que numa escala diferente e num tempo diferente, muito semelhante aos objectivos do "A Carlota".
Informei na ML da existência do Blog, ninguém disse nem "xus" nem "bus". Aderi sózinha.
Mais tarde aderiram o/a Cebola e Pallas Atenas.

O Blog não é meu. Tem Trabalho meu.

O Blog poderia ser NOSSO.

E AGORA?

Aqui deixo a poesia de Carlos Drummond de Andrade, "E agora José?",

JOSÉ - que pode ser Manel, que pode ser Tonho, que pode ser Fredito, que pode ser Fredo, que pode ser Maria, que pode ser Zézita,que pode ser Nando, que pode ser Florinda, que pode ser Fina, que pode ser Chico, que pode ser Finita, que pode São, que pode ser Gente, que pode ser Toda a Gente

que posso ser EU, que podes ser TU, que podemos ser NÓS

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José ?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José ?

E agora, José ?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora ?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José !

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José !

José, pra onde ?

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