quarta-feira, 30 de agosto de 2006

Para a chenouca's

Chenouca's és bem mulher da tua terra! Serrana! De manga arregaçada!

Fizeste bem em chamar a atenção. No blog e, em comentários anteriores defini a minha posição, todos a conhecem. Vizinha não me peças para intervir ... não quero.

Vou contar-te uma estória, que para mim tem sido motivo de reflexão e é paradigama da situação que aqui se vive e de outras que se viveram e, penso eu, se viverão.

Em tempos muito, muito antigos, que nem 200 anos de memória conseguem alcançar, numa das encostas da serra "Picoto de Cebola" ( não se sabe se foi a serra que deu o nome à terra, se foi a terra que deu o nome à serra), nasceu um ribeiro que alegre, sempre cantando serpenteava pelo meio verdejante de um grande Souto.

Não havia igual nas redondezas.

O Ribeiro do Souto, assim era seu nome, não quiz aquela beleza só para si. Umas vezes de mansinho, outras de roldão foi tornando prenhes as terras que nas suas margens estavam e esperavam que alguém delas tirasse a vida.. esperou ... esperou...

Quem descobriu aquele sítio? Não podia ter sido outra gente - Pastores!

O sítio era bom. Tinha água fresca. A terra era boa, toda a semente que nela caísse era certo e sabido que dava fruto.A serra para apascentar os rebanhos era logo ali. Que queriam mais?

Assentaram arraias! A um/a juntou-se outro/a, e outro/a... e é assim que no sec. XVII, existem 240 almas e no Sec. XVIII, são já 360 almas!
A terra, os castanheiros, o gado, o estanho que aprenderam a tirar das entrenhas da terra alimentavam-lhes o físico.

Havia necessidade de tratar das coisas da Alma.

Não se sabe quando, no sítio mais bonito do Souto construiram uma Igreja, toda em pedra e rodeada de um bonito adro. Era a Casa mais Bonita da Aldeia e à volta dela Cebola foi crescendo, crescendo ... um pouco acima um ferreiro, ali um forno, lá para além um moinho, não muito longe uma Eira...

O Povo foi Crescendo, a Igreja tornou-se pequena para albergar tanta alma.
Há notícia de que a Igreja sofreu um alargamento, tendo ficado:
"Uma igreja de tamanho medio, acolhedora e construida com material local: Xisto, ardosia, barro e madeira de castanho. O seu interior era rico em talhas douradas e madeira trabalhada por artifice da regiao: três altares estilo D. Joao V, balaustrada, pulpito, coro e imagens antigas."in: http://www.cebola.net/historia.htm

Os anos foram avançando, o Povo tornou-se indepemdente. Era sede de Freguesia por direito.
Nos finais do Sec XIX, inícios do sec XX descobriram-se umas pedras reluzentes. Interessavam a pessoas importantes.Eram gente de fora. Precisavam do Mineral, eles lá sabiam para quê, para o Povo era dinheiro, eram melhores condições de vida, uma casa nova, um filho que ia estudar ... Ocaram-se as serras, revolveram-se as terras...

A Vida mudou...

Deixaram de se ouvir os Pífaros dos Pastores, que esses sei eu existiram. Já não sei se, para dirimir tensões se se dançava, à semelhança dos pastores de Verdelhos, a "A Dança das Trancas" , isso não sei...
Só sei que, se tornou costume, não haver festa, digna desse nome, em que sessão de pancadaria não houvesse...as "capelas" e "capelinhas" aumentavam...as tensões subiam. Aparecem os a favor, os contra, os nem lá vou nem faço caso...
O Povo crescia, as almas não cabiam dentro da Igreja. Por esse tempo a freguesia tinha mais de 3.000 pessoas, só na sede de freguesia viviam perto de 1.800 almas.

Era urgente uma outra Igreja.

Surgiu a ideia de se construir uma Igreja nova. Aqui o busílis da questão: -ONDE?
Uns queriam a Igreja ali para os lados da Eira, perto do Clube.
Outros queriam-na ali para os lados da Ponte (Courelas).

Ninguém se entendeu.Uns não iam à Missa ao Cimo do Povo, outros que não iam à Missa ao Fundo do Povo.
Prevaleceu o egoismo e a intolerância. Não se foi capaz de criar alternativa. Não prevaleceu o bom-senso.

Destrui-se A Igreja Velha, deitaram-se abaixo centenas de anos de História, coartou-se a possibilidade a gerações futuras de conhecemo as suas origens.

Deitou-se abaixo a Igreja Velha, para construir a Igreja Nova. TODOS PERDEMOS. Ganharam os do Contra, Ganharam os a Favor.

Chenouca's de vez enquando a história repete-se e não somos capazes de nos sentar, de reflectir em conjunto e tomar decisões.

Agora vem a coisa mais extraordinária da minha gente e, como o que não tem remédio remediado está, todos à uma lançaram-se na construção da Igreja nova.

Toda a gente contribuiu, uns com trabalho outros com dinheiro.

Foi um dos momentos bonitos de solidariedade e de união do Povo e que com letras de ouro na história da Aldeia fica gravado- A construção da Igreja.

Nós somos assim.

Espero é que na resolução do problema da "Camioneta da Carreira" não se repita a tradição...



terça-feira, 29 de agosto de 2006

A Camioneta ... outras...

Com objectivo de Informar, Unir , Encurtar distâncias entre quem partia e quem ficava em S.Jorge:

As Juventudes anteriores ciaram A Banda de Musica, a Equipe de Futebol, Construiram o Clibe.

A Juventude dos anos 60 procurou fazer um Jornal, O ELO. Não foi empreitada bem sucedida. Fortaleceram-se laços com a criação do Clube, da biblioteca, do gupo de teatro, do rancho...

A Juventude dos anos 70 foi bem sucedida com a feitura do Jornal "A Carlota". Foi uma fonte de informação regional. Conseguiu irmanar S. Jorge, Casegas, Ourondo, Silvares, Aldeia de S. Francisco numa mesma fonte informativa e levar notícias da região aos nossos emigrantes na Europa e nas Américas.

A Juventude dos anos 90, criaram a www.cebola.net, O Mineiro Digital - com êxito.

Ano de 2006, alguém de S. Jorge aderiu ao "projecto bloguista" do Asno, esse alguém fui eu, a Fina da Mina.
Pareceu-me um projecto interessante e que numa escala diferente e num tempo diferente, muito semelhante aos objectivos do "A Carlota".
Informei na ML da existência do Blog, ninguém disse nem "xus" nem "bus". Aderi sózinha.
Mais tarde aderiram o/a Cebola e Pallas Atenas.

O Blog não é meu. Tem Trabalho meu.

O Blog poderia ser NOSSO.

E AGORA?

Aqui deixo a poesia de Carlos Drummond de Andrade, "E agora José?",

JOSÉ - que pode ser Manel, que pode ser Tonho, que pode ser Fredito, que pode ser Fredo, que pode ser Maria, que pode ser Zézita,que pode ser Nando, que pode ser Florinda, que pode ser Fina, que pode ser Chico, que pode ser Finita, que pode São, que pode ser Gente, que pode ser Toda a Gente

que posso ser EU, que podes ser TU, que podemos ser NÓS

E agora, José?

A festa acabou,

a luz apagou,

o povo sumiu,

a noite esfriou,

e agora, José ?

e agora, você ?

você que é sem nome,

que zomba dos outros,

você que faz versos,

que ama protesta,

e agora, José ?

Está sem mulher,

está sem discurso,

está sem carinho,

já não pode beber,

já não pode fumar,

cuspir já não pode,

a noite esfriou,

o dia não veio,

o bonde não veio,

o riso não veio,

não veio a utopia

e tudo acabou

e tudo fugiu

e tudo mofou,

e agora, José ?

E agora, José ?

Sua doce palavra,

seu instante de febre,

sua gula e jejum,

sua biblioteca,

sua lavra de ouro,

seu terno de vidro,

sua incoerência,

seu ódio - e agora ?

Com a chave na mão

quer abrir a porta,

não existe porta;

quer morrer no mar,

mas o mar secou;

quer ir para Minas,

Minas não há mais.

José, e agora ?

Se você gritasse,

se você gemesse,

se você tocasse

a valsa vienense,

se você dormisse,

se você cansasse,

se você morresse…

Mas você não morre,

você é duro, José !

Sozinho no escuro

qual bicho-do-mato,

sem teogonia,

sem parede nua

para se encostar,

sem cavalo preto

que fuja a galope,

você marcha, José !

José, pra onde ?

A camioneta... outras...




Excursão



A Fátima a ida era obrigatória.






... diferenciam-nas 10 a 15 anos




Conhecer novas terras...

Conhecer o País...

Divertirem-se

quinta-feira, 24 de agosto de 2006

"A Camioneta da Carreira" (III)

já lá vem à capelinha! Era correria desenfreada pela certa, para garantir um lugar agarrado à escada, desde a curva da Fábrica (para os melhores) ou da curva do Espanhol (para os outros) até à Ponte!

A camioneta da carreira gerava sempre um frenesim, uma ansiedade, uma expectativa que não deixava ninguém indiferente. Uns esperavam pelos que regressavam após ausências prolongadas, outros pelas notícias, outros pela encomenda, outros pelos medicamentos que vinham da farmácia de Silvares, outros, pelo pai no final de um longo dia de mina… sei lá!... outros ficavam à espera da camioneta da carreira do dia seguinte, e do outro dia… e do outro dia!A camioneta da carreira gerava também a maior das nostalgias e a maior das saudades!... a dos que partiam! Cada um sabe das suas.A camioneta da carreira sempre foi a nossa “estrada” sem fim, o nosso elo moderno de ligação ao mundo.
Sobreviveu ao aparecimento da televisão! Ainda não víamos a RTP1 em S. Jorge e já tínhamos uma carreira de portas automáticas. Foi de carreira que nos chegaram as imagens dos grandes acontecimentos que mudaram o mundo. A foto do primeiro homem na lua, chegou a S. Jorge de carreira, estampada na primeira página de um jornal! Ainda me recordo do Sr. Tomás, à Cruz da Rua, a exibir a notícia e a mostrar a foto, que acabara de chegar na carreira das 10h.Tantos encontros e desencontros, tantos desejos, tantos sonhos e projectos viajaram nos bancos e através das vidraças daqueles cavalos de montanha, indiferentes ao pó, ao calor, ao frio, à chuva, à neve ou à geada, ligando, sem parar, os nossos corações e as nossas vidas!O verdadeiro significado da camioneta da carreira é o da “ligação”, no mais profundo que a comunicação e a cultura significam, acima de qualquer forma de transporte, que é apenas um meio de que o homem se serve para se tornar mais digno na sua caminhada pelo mundo.
Que a luta pela camioneta da carreira seja digna e sem tempo! Porque o tempo da camioneta da carreira não é só este!

Vitor Baptista

Como fazer asneira à distância e de papo ao sol...


“Dr. Faulso” depois de ter convocado a manif. na missa de domingo, como forma de protesto das alterações de horários da auto transportes, manda ler um papel ao padre e na segunda-feira a desmarcá-la.
- “E cadê a figura?” Perguntam os meus caros Cebolenses…
- Está no Algarve de papo ao sol!!!
Que feio senhor “Faulso”, ganda facada nas costas do povo…Pensava que já tinha deixado as águas, mas pelos vistos continua a metê-la!
Mas quem tenha lido as notícias no diário XXI, até dá a impressão que estava por cá…Deve ter estado em contacto por telepatia, o que o levou a lavar as mãos que nem, Pilatos!
O que enfureceu os Cebolenses, foi a bendita promessa da auto-transportes de manter a camioneta das 15h a par com a das 6.30 e acabar já com a do meio-dia. Mas as pessoas dizem que preferem antes a do meio-dia. Mas a junta mandou desmobilizar sem ter ouvido as preferências das pessoas. Mas em vão, pois nós não somos trouxas!
Por quem nos toma senhor “Faulso”?

terça-feira, 22 de agosto de 2006

"A camioneta da Carreira" II

Fotografia tirada às 6,25 horas do dia 7 de Agosto de 2006

"O PATRÃO E A MOLEIRINHA"

Fazendo uso da recolha feita por Albano Mendes de Matos, devidamente identificada a obra no post de 12 de Agosto de 2006, aqui vai mais um conto:


"Nas encontas da serra, havia um patrão, senhor das terras e das azenhas, que vivia dos rendimentos, passando o tempo em festas e passeatas, a gozar a vida, com as rendas que lhe prestavam. De vez em quando, ia pelas quintas e azenhas que tinha arrendadas a diversos rendeiros, especialmente onde havia raparigas e mulheres novas.

Numa das suas azenhas, havia uma moleira com uma filha donzela, muito bonita, bem feita, trugueira e prendada de encantos, que nem parecia de gente pobre.

No caminho da azenha, gastava o Patrão os sapatos, batendo os tacões veredas abaixo e acima, quando não ia nos cavalos, para ver a Moleirinha que o encantava.

Um dia, o Patrão viu passar os moleiros, pais da Moleirinha, com os burros carregados de taleigas, que iam levar aos fregueses, que os tinham pelas terras fora, e logo se encaminhou, em pés rápidos, para a azenha.

Ao chegar à azenha, ouviu a Moleirinha a cantar dentro de casa. Bateu à porta, sem resultado.

A Moleirinha, espreitando viu que era o Patrão e mais apertou a tranca da porta.

O Patrão, depois de aguardar um bocado, cantou para a Moleirinha:

Moleirinha sai cá fora,
A sacudir a farinha
E ouvir cantar a rola
Ao redor da ribeirinha.

A Moleirinha, adivinhando as intenções do Patrão, respondeu, cantando, de dentro da azenha:

Moleirinha não vai lá fora,
Senhor, não tenho vagar;
Anda o taleigo da pedra,
Tenho que ir a maquiar.

O Patrão não teve outro remédio do que meter o rabo entre as pernas e ir para casa.

Narrado por Laura Saraiva, natural de Castelo Novo, 97 anos,1987,Alcaide"

Origem das fotografias:
a 1ª : www.mun-trofa.pt/moinhos-do-ave
a 2ª : post de 28 de Julho de 2006 (atumnespereira) em: http://casegas.blogspot.com


Este Moinho é de S. Jorge.A fotografia foi enviada por: Reporter Fotográfico X,
o interior do moinho poderá ser visto em: http://www.cebola.net

sábado, 19 de agosto de 2006

Vem aí ajuda finadamina!

Bem Vinda "Palas Athena"!

O primeiro contributo:

"Caro Asno,

Depois de alguma reflexão, resolvi contribuir para este blog que a FinadaMina tão bem tem sabido rechear, apesar da distância física que a separa do cantinho ceboleiro.

Espero sinceramente vir a dar um contributo positivo! Afinal é disso que precisamos, alimentar todas as formas legítimas e legais de democracia participativa que favoreçam a nossa comunidade e o nosso espírito reflexivo.
Espero ainda conseguir fazê-lo mantendo algum sentido de humor e traquinice que nos alivie o stress do dia-a-dia e nos dê prazer ler.

Dito isto, vou passar a explicar o nome que escolhi para mim: “Palas Athena”!
Palas Athena (ou Minerva, segundo a mitologia Romana) “simbolizava a guerra justa e possuía uma disposição pacífica, representando a preponderância da razão e do espírito sobre o impulso irracional.” (…)Conta a lenda que derrotou o gigante Palas e daquele momento em diante, adoptou o nome de Palas Athena, a deusa da guerra sábia, isto é, representa a luta por um ideal e pela pátria, utilizando estratégia e honradez.” (in www.mundodosfilosofos.com.br)
Espero que me perdoes a imodéstia, mas de facto que me/nos sirva de inspiração tamanho mito.

Da sempre tua,
Palas… Athena (ou Minerva para os amigos) "

Certamente me inspira a tua carta Minerva. Sempre pelas causas justas!
Bom trabalho na ajuda à finadamina que ela bem merece, já que o/a Cebola anda apagatote/a!!!

Do sempre teu,
Asno

sexta-feira, 18 de agosto de 2006

"a camioneta da carreira"





A Autotransportes do Fundão informou a freguesia da pretensão de acabar com as carreiras (a sair se S. Jorge) das 12 e das 15 horas.

No dia 7 de Agosto, os carros da Junta, tratores de particulares e mais 200 pessoas, pelas 6 horas, barraram os portões da garagem onde pernoitam os autocarros da dita empresa.

O ajuntamento impediu a saída dos autocarros às 6,30 H, um que ia para a Covilhã e o outro para o Fundão.

Cerca do meio dia chegou à Junta um fax e nele escrito o compromisso:
em Setembro haver uma reunião tripartida - Câmara Municipal, Autotransportes e Juntas de Freguesia.
a Autotransportes mantinha a funcionar até Setembro uma das carreiras, a que sai de S. Jorge às 15 Horas.

O Povo não gostou ... preferia a carreira do meio dia. O Povo não queria arredar pé ...

A Junta desmobilizou, tirou os carros e a partir da recepção do fax não mais se responsabilizava pelo que pudesse acontecer..

O Povo aos poucos foi desmobilizando mas, a camioneta que deveria ter saído às 15 horas, saíu às 16horas.

Não foi a Vitória total, mas o Povo ganhou! Ganhou o compromisso da reunião tripartida para resolver os problemas dos transporte e, não perdeu os 2 horários.





quinta-feira, 17 de agosto de 2006

SÃO DA BOUÇA....


(...)
"O trajo do pastor consiste numas calças e num caso de serrobeco e numas botifarras de cabedal, tudo coberto por um amplo gabão de largo capuz e avultado cabeção para resguardo das costas e da cabeça. Nas pernas prendem-se safões de pele de cabra por tosquear e nos pés grossas meias de lã.Às costas vai o alforge onde guarda a comida e a flauta e na mão o varapau e o ferrado onde guarda o leite da ordenha do meio dia.
O Trajo da pastora consiste num chambre de forte flanela de lã e saias rodadas de forte baeta sobre as quais mostra o seu avental e, para cobrir as costas, um largo e grosso xaile de lã e, para a cabeça, sobre um lenço atado ao pescoço, um chapéu de homem, levando nos pés grossos sapatorros de cabedal e, pendurado no ombro esquerdo, o alforge e na mão direita o cajado."
Foi assim que Salles Viana, em "O Trajo Popular na Beira Baixa (Notas Breves), edição da Junta Distrital de Castelo Branco no ano de 1967, descreveu os trajes dos Pastores/as da Bouça.

... mas podiam ser de Cebola e penso que também do Sobral, de Casegas, do Ourondo, das Cortes...
A fotografia, da Serra da Estrela, foi retirada do sítio: www.prof2000.pt

segunda-feira, 14 de agosto de 2006

O Centro de Dia está de Parabéns

No dia 5 de Agosto fez o nosso Centro de Dia 13 anos. Parabéns e Parabéns também aos (às) obreiros(as) de tão importante obra.
Como de costume houve festa! Quer saber o que se passou? Vá espreitar as Frescas de Cebola em:
http://www.cebola.net

domingo, 13 de agosto de 2006

Mais um pouco de história...

ENTREVISTA, realizada em 1997, por Paulo Coelho, e a integrar na folha informativa do CNE

NOME: António Covita Barata

FUNÇÃO: Presidente da Assembleia Geral do Clube R.O.Estrela da Serra

P: Como surgiu a ideia de criar um centro de convívio? E qual o seu mentor?
R: S. Jorge da Beira, Cebola na altura (anos 30) era uma aldeia que se caracterizava por um grande atraso cultural e social. Valorizava-se mais o «copo de vinho» que o convívio salutar e instrutivo.
Havia a necessidade de se criar um centro de convívio , para que as pessoas evoluíssem e não atrasassem.
Por iniciativa do professor José Esteves Rei , junto com José Augusto Pereira , padre Ricardo Coelho , Alexandre Freire Batista e Abílio Nunes Pacheco criou-se o centro de convívio , para que as pessoas se desenvolvessem e alargassem os seus horizontes.

P: Quais as principais dificuldades com que se debateram estes fundadores ?
R: A principal dificuldade na sua criação foi, sem dúvida, o entrave constituído pelos ideais fascistas que o Estado-Novo Salazarista defendia, não esquecendo a mentalidade pouco aberta das residentes em Cebola.

P: Relate-nos um pouco da história do Clube.
R: Inicialmente o Clube começou numa loja, passando para a loja de António Baptista e, mais tarde, a família de Alexandre Freire Baptista cedeu o terreno para a criação do actual Clube. No princípio, o Clube era constituido por um palco e uma parte destinada ao convívio. Nos anos 70, com a construção de um palco no salão e devido à necessidade de se criar um centro de Assistência, retirou-se o do Clube. Assim, o espaço ficou dividido em 3 partes: 2/3 para uma sala de consultas e esperas, 1/3 para o Clube Recreativo, sendo este espaço ainda dividido com o Clube Desportivo Estrela da Serra. Depois, seguiu-se a precisão de se dar um segundo andar para o Centro de Assistência. Deste modo, alargou-se o Clube Recreativo, mantendo-se igual até aos dias de hoje.

P: Na sua opinião, o que deveria mudar no clube?
R: Eu penso que se devia proceder à criação de um espaço isolado do barulho e também se verifica a necessidade de se criar um teatro.

sábado, 12 de agosto de 2006

Era uma vez...

Na recolha feita por Albano Mendes Matos:"Contos Populares Tradicionais na Gardunha" e inserta na Revista: Estudos de Castelo Branco, fui encontrar , páginaa 37, um conto que muitas vezes ouvi contar à minha avó Laura; não resisti à tentação de o transcrever aqui.

"A MALGA ESBROCELADA
Era uma vez um soldado, filho de gente rica, que ia de licença para a sua terra. Por causa do nevoeiro, perdeu-se nas veredas da serra. Em vez de voltar para os lados de São Vicente, caminhou para o Casal. Já ao anoitecer, encontrou uma velha casaleira, que andava aos tanganhos para o lume.O soldado perdido foi com a velha para o povo e a velha levou-o para sua casa.Como estava muito nevoeiro e estava muito escuro, a velha disse ao soldado:
- Senhor soldado, é melhor passar aqui a noite, porque pode perder-se por essa serr, e, amanhã, pelo dia, segue a sua viagem.
- Está bem! Durmo mesmo na loja - disse-lhe o soldado.
A velha arranjou-lhe uma cama de palha, na loja, e foram para a lareira, aquecerem-se o lume.
A velha, mirando o soldado, que lhe parecia pessoa fidalga, disse-lhe:
- O Senhor Soldado deve estar com fome! Eu vou aquecer um pouco de leite das minhas cabras para ficar mais aconchegado e dormir melhor.
A velha aqueceu o leite, num púcarode barro, arrumado às brasas do lume, e botou-o numa malga velhe e esbrocelada, faltando-lhe um pequeno pedacito de barro, pondo-a em cima da mesa do pão. A malga estava encardida pelo uso e pelo fumo.
O soldado olhou para a malga e ficou enojado, pensando que a velha bebia por essa malga. Mas não tinha outro remédio senão beber o leite, porque era a sua ceia desse dia. Pegou na malga, ajeitou a parte esbrocelada aos beiços e bebeu o leite com os oçhos fechados, julgando que a velha não bebia pelo brocelo.
A velha, reparando, disse ao soldado:
- O Senhor Soldado é como eu, bebe pelo brocelinho. Faz muito bem, que eu também por lá bebo!
O soldado, enojado, cuspiu para o lume e foi dormir.
Narrada por Rita da Cunha, 75 anos, 1945, Casal da Serra."
A Digitalização da capara da revistafoi tirada do blog:http://www.porterrasdoreiwamba.blogspot.com/

Notícias de Cebola

Há sessenta anos , no jornal "O Mineiro" de 8 de Janeiro de 1946, liam-se as seguintes notícias:

"Cebola: Comemorou-se o 1º de Dezembro. A banda desta freguesia percorreu as ruas. O regente da filarmónica, Sr João António Valente falou sobre o sugnificado do dia.

- O "Cortejo de Oferendas" a favor do Hospital da Santa Casa da Misericórdia da Covilhã foi grandioso e imponente. Cebola também marcou bem o seu lugar. Deu em dinheiro 4.600$00, 1 vaca, sacos de carvão, gado caprino, fazendas de lã e algodão, galinhas, etc. Tudo no valor de 11.500$00 incluindo 2 pipas de vinho.
A filarmónica ajudou a abrilhantar o cortejo.

- O vento quase ciclónico que soprou durante este mês causou aqui prejuizos, pois descobriu parte de muitos telhados, arrancando oliveiras e outras árvores.

- Principiou a colheita da azeitona nos primeiros dias deste mês. Há aqui mais azeite do que se esperava este ano.

- Encontram-se em gôzo de férias os estudantes desta freguesia, regressando todos, graças a Deus, de bôa saúde.

- No dia 20 queimaram-se aqui muitas dezenas de foguetes, por motivo do recente decreto que reabre novamente todos os trabalhos de exploração de volfrâmio..."

...VERGONHA DE NÓS TODOS...

Relembrar o passado
alertar para o presente
prevenir o futuro

FOI HÁ 61 ANOS

6 de Agosto de 1945 - lançada a bomba atómica sobre Hiroshima, causou morte imediata de 80.000.pessoas Cerca de 90% dos edifícios e das infa-estruturas da cidade ficaram destruídos.

9 de Agosto de 1945 - lançada bomba atómica sobre Nagasaki, causou a morte imediata a 40.000 pessoas.

As duas bombas são responsáveis pela morte de cerca de 400.000 pessoas e pelos efeitos indirectos em centenas de milhar de pessoas.

segunda-feira, 7 de agosto de 2006

ÚLTIMA HORA - Querem retirar uma carreira

Hoje, em São Jorge, o povo manifestou-se contra a retirada da carreira do meio dia ( S. Jorge da Beira-Fundão).

Não basta o isolamento existente! Ainda o querem acentuar!

Amanhã serão dadas notícias mais concretas.

domingo, 6 de agosto de 2006

O MUSEU DA MINHA TERRA

Visita Virtual:http://www.cebola.net/fotos.htm

MULHERES MINEIRAS (II)

“B R I T A D E I R A S

A britadeira da mina,
que também foi heroína
nas minas da minha terra;
nunca a louvaram num fado,
apesar do seu passado,
ser nobre em tudo o que encerra

Mas eu filho de uma delas,
que sofri as sequelas,
de maus tratos que lhe deram;
quero que fique lembrado,
o horroroso passado
que todas elas viveram.

Recordo a «Micas Estrela»,
a Luciana «Bustela»,
as «Tabujas» e as «Fandangas»,
a «Serôdia», a «Pacochinha»,
operárias de Ferreirinha,
de Sobrado e de outras bandas.

Vergadas sobre o minério
construíram um império,
onde imperava a injustiça.
Tantas a morte levou,
que avivar o que passou,
também é fazer justiça.

Por isso aqui ‘stou lembrando,
quantas passam no bando,
vestidas da cor do breu.
E, fazendo-o, evoco apenas,
todo um rosário de penas,
que cada uma sofreu!

Era a Olívia «Borralheira»,
a Rosaria «Fragateira»,
«Quina Côta», «Cartolinha».
Eram vozes das mais belas,
em corações tagarelas,
que se recordam ainda!

Minha mãe foi britadeira,
trabalhou a vida inteira,
e tão má paga ela teve.
Aos dois filhos que criou,
outros rumos lhe traçou,
sabendo triste o que teve.

Enfim! Julgo ter citado,
esse vulto ignorado,
nas ruas da freguesia.
Para que, quem manda, ordene,
que em citação perene,
se faça justiça um dia.

Serafim Gesta (Mazola)”

S. Pedro da Cova – BRITADEIRAS, Março de 1982, Edição do Autor

As minas de S. Pedro da Cova encerraram em Março de 1970

MULHERES MINEIRAS (I)

Da leitura, das entradas “Volfrâmio” e “Minas” do Dicionário de História de Portugal, coord. Barreto e Mónica, encontrei um mapa estatístico (que pode ser visto em http://finadamina.cebola.net/movimentos.html ) de 1939 e que muito me “espantou” o número de mulheres a participar na actividade mineira:

Distrito de Castelo Branco – Covilhã
Minas da Panasqueira (Volfrâmio e Estanho) em 1939 - 16,30 % do operariado eram mulheres.

Distrito do Porto – Gondomar
Minas de S. Pedro da Cova [Carvão (antracite)]-em 1939 - 10,85% do operariado eram mulheres.

Distrito ??? - ????? ( Não consegui localizar estas minas, encontrei muitas Cumieiras mas, sem referência a exploração mineira))
Minas de Cumieira (Volfrâmio) em 1939 - 23,48% do operariado eram mulheres.

VEMOS, OUVIMOS E LEMOS, NÃO PODEMOS IGNORAR

CELTEJO TENTA PROMOVER UM DESPEDIMENTO SELVAGEM MANIFESTANDO A SUA ASSUMIDA HOSTILIDADE AO ESTADO DEMOCRÁTICO E O SEU PROFUNDO DESPREZO PELA DIGNIDADE HUMANA
Texto completo em http://www.uscb.pt/index1.php

sexta-feira, 4 de agosto de 2006

UMA LENDA PARA AS VIZINHAS DO SOBRAL

“lendas e maravilhas …OU UM POUCO DE HISTÓRIA!

A manhã já ia adiantada e um sol primaveril aquecia a terra que o orvalho nocturno regelara. Apenas o fumo que subia em espiral dos telhados de xisto das casas da aldeia de Cebola manchava o dia claro.
Àquela hora, já Ti Carlota descia o povoado, de cesto à cabeça, onde levava o almoço quentinho, a esfumar paladar, aos “obreiros” que trabalhavam lá em baixo, ao Vale de Muro, ia observando algumas terras já arroteadas, quando, ao lugar da Eira das Casas, viu, como que numa visão, uma linda senhora, de longos cabelos loiros, a pentear-se com um pente de ouro. Surpresa e tímida, salvou Ti Carlota a linda senhora, que mais lhe parecia uma princesa. Esta respondeu à saudação e inquiriu sobre o que ia no cesto. Informada, pediu à Ti Carlota que repartisse com ela parte do almoço do “obreiros”.
Não ia com pressa a Ti Carlota e, de qualquer maneira, não deixaria de dar de comer à linda senhora, como faria com qualquer pobre faminto que naquele tempo não raro se topava pelo caminho. Satisfez o pedido da linda senhora e, esta, muito agradecida, retribuiu, despejando a um canto do cesto do almoço o que tinha num saquinho, que era, nem mais, nem menos… carvão!
Ti Carlota ficou muito admirada, mas não disse nada. Despediu-se da linda senhora, salvando-a, e logo se afastou até onde não podia ser vista, atirou fora o carvão, considerando pouco asseado pô-lo no cesto junto da comida.
Reunia já o pessoal quando Ti Carlota chegou. Esta, antes de mais, quis, mesmo cansada e em alvoroço, que ouvissem a historia do seu estranho encontro. Mas o apetite dos “obreiros” não parecia deixá-los prestar a atenção devida, nem sequer crédito. Percebeu-o, a Ti Carlota, e dispôs-se a distribuir as refeições. E eis que, ao destapar o cesto, retirando uma grande toalha, deu de caras com pequenas partículas de ouro no sítio onde esteve o carvão. Foi o espanto geral!
Correram com um só, ao local onde Ti Carlota tinha deitado fora o carvão, mas dele nem vestígios; foram ao lugar da Eira das Casas, mas da linda senhora, de longos cabelos loiros, que se penteava com um pente de ouro, também não havia sinais.
Um a um, chegaram à conclusão que a Ti Carlota esteve na presença de uma moura encantada e à beira de ser rica.

Escrito por José do Fetal e publicado no Jornal "A Carlota" nº 6 de 18 de Janeiro de 1976

Os Ninhos



Ninho do Tecelão








Ninhos da Cegonha Preta









Ninhos da Cegonha Branca

Esta fotografias foram retiradas dos seguintes lugares na INTERNET:
http://quicoarreliado.blogs.sapo.pt
www.naturlink.pt
www.naturiberia.pt
fotos.sapo.pt/ubau.pic/0002c7bg/
www.spea.pt




quinta-feira, 3 de agosto de 2006

Torneio de Futebol de 5 em Casegas


Estão abertas as incrições para o Torneio de Futebol de Verão da Casa do Povo de Casegas, a decorrer no Ringue de Casegas, na semana de Agosto compreendidaentre o dia 6 e o dia 12.

Os interessados podem inscrever-se até ao dia 06/08/06, mediante o pagamento de 30 bolas, através do número 968.983.461 ou do e-mail fabituh_casegas@hotmail.com

O 1º Prémio será uma taça mais 50€, o 2º prémio uma taça mais 25€ e o terceiro uma taça.

O sorteio realizar-se-á no dia 6, pelas 16h, na sede da CPC. Os participantes serão depois informados do calendário do torneio.

O limite máximo de jogadores por equipa é de 10. Os pormenores do regulamento serão disponibilizados posteriormente aos participantes.

A CPC não se responsabiliza por qualquer dano humano ou material decorrente do torneio.