quinta-feira, 19 de outubro de 2006

RETRATOS DA COVILHÃ - III

"OS MISSIONÁRIOS

Para missionar a Covilhã, aportou ao Centro Cultural e Social uma equipa de pregadores regidos por Frei Francisco da Mata Mourisca. A criançada andava amedrontada om o slogan cem vezes repetido em todas as igrejas da cidade: eu seu que hei-de morrer mas não sei quando, eu sei que hei-de morrer mas não sei onde, eu sei que hei-de morrer mas não sei como. Mas sei que, se eu morrer em pecado mortal, vou para o inferno. O encerramento da missão teve lugar no jardim de S. Francisco, após uma procissão nocturna seguida de pregação. O orador bradava repetindo com ênfase:
- As lágrimas de Nossa Senhora!... As lágrimas de Nossa Senhora!...
Tantas vezes o orador repetiu o brado, que Zezinho Malvisto ergeu a voz e disse para quem o quis ouvir:
- Não há por aí quem tenha um lenço lavado para emprestar a Nossa Senhora?"

in "A Verdade e o Sonho", Mendes, José Corceiro, Edição de Autor,Odivelas, Agosto de 2003

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