segunda-feira, 26 de fevereiro de 2007

"O CIPRIANO"

Deambulando pela Internet encontrei o blogue, DOURINTEIRO – CONTOS DO DOURO, do Sr. M. Araújo.
É um blogue onde se contam as estórias e histórias das gentes do Douro. Gostei, Gosto!
Gosto do que escreve e da forma como o faz.
Gostei de sobremaneira da história do Cipriano. Porque me identifiquei com ela.
O Cipriano do Pejão podia muito bem ter sido o Cipriano da Panasqueira.
Da leitura vieram-me à memória os comentários das mulheres, tantas vezes ouvidos na nossa terra, quando os homens tossiam:
Pergunta uma - já “viste” a “cascalheira” do Ti…?
Responde outra - já, não deve cá andar muito tempo…Deus lhe dê uma morte seca…
Respondem todas - Deus lhe dê …
Fazia-me alguma confusão a troca do “ouvir” pelo ver. Hoje entendo. Bastava-lhes “ouvir”, ouvir a “cascalheira”, para relembrarem o sofrimento que viram e sentiram nos seus homens, quando os pulmões deles pararam de tanto cansaço.
Não resisti à tentação de “tirar” umas linhas da História do Cipriano. Para aguçar o apetite a quem a queira ler:
(…) “No rebordo arredondado do cruzeiro o Cipriano vai assistindo a tudo e ao passar dos companheiros a caminho da mina.” (…)
(…) “Pouco dorme, a tosse rouca e profunda é um tormento e, a falta de ar nos pulmões, sufoca-o e quase a deixa agonizante. Levanta-se cedo e é para aqui que vêm matar saudades dos amigos, da lida, ou então do salário que perdeu por ter metido baixa.”(…)

Para a ler toda a história não é fácil. Não está no princípio do blogue. Para lá chegar é preciso “andar” alguns “metros”.

Aqui vai o croqui:
Entra-se pela “CAGA-NA-MARCA”, passa-se pela “SANFONA DE NESPEREIRA”, desce-se pela chaminé “A BARCA DE FANTASIA” que dá acesso à galeria “FELIZ ANIVERSÁRIO” onde se localiza o desmonte “A CHICA” e está a ser extraído o nosso filão “O CIPRIANO”

2 comentários:

finadamina disse...

Experiência

Unknown disse...

Aqui é Douro Litoral onde passam serras, fraguedos e um rio prodígioso. Este pedaço de chão é Rio Mau que foi terra de mineiros,de pescadores e lavradores. Dista do Porto 28km mas é como se fossem 280.O preço, se é que há um preço, pela humilhação dos filhos desta terra, nunca foi pago.
Agora é uma terra doce; trata de mel e fabrica colmeias que exporta para toda a Europa.
Podes publicar o Cipriano no teu blog, afinal alguém tem de agitar as memórias de pedra deste paìs.
Abrç