sábado, 23 de junho de 2007

Adelaide Ramos Vilela

Beirã de Corpo Inteiro

Não me ralheis, por favor,
por ter força de vontade,
por amar de corpo inteiro
cada pedra, cada outeiro
da aldeia, vila ou cidade;
deixai-me viver de amor.

Pelas pedras da calçada,
pelas gentes do Paúl,
do Ourondo, da Cerdeira,
das Meãs, da Panasqueira,
pelas Cortes norte e sul,
e por S. Jorge, terra amada.

Em São Francisco de Assis,
Castelejo e o belo Silvares,
pressinto bondade nos lares,
riqueza em toda a terra;
subindo a Unhais da Serra
vi belezas e gente feliz.

Entro no Barco, não navego,
vou ao Peso e à Coutada,
como cabritinho na Erada,
subo a Janeiras de Cima,
em Casegas tudo se anima,
alegres são, não o nego.

Vou levada por uma brisa.
Volto às Cortes por querer
coisas lindas escrever.
Sobral, Bogas, Lavacolhos,
sinto lágrimas nos olhos,
é a saudade que desliza.

Não basta no peito arder
desejos de voltar à Covilhã;
ouso subir em pensamento
e na Serra fazer juramento:
juro e jurarei por ser beirã,
amarei a Beira até morrer.

A Autora deste lindos versos, no dia 25 de Junho, está, no lançamento do seu novo livro, na Biblioteca Municipal Da Covilhã. Toda a notícia:

http://cebola.net/index.php?option=com_content&task=view&id=106&Itemid=52

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